Efeitos da radiografia na gravidez

Veja os efeitos da radiografia na gravidez:

Gestantes podem precisar ser submetidas a exames radiológicos para um diagnóstico preciso e conduta correta em caso de algum problema de saúde.

Nestes casos a exposição à radiação ionizante e seus efeitos sobre o feto são motivo de preocupação tanto para a futura mamãe. Qualquer discussão a respeito dos efeitos da radiação ionizante prescinde de uma clara explicação sobre o que é e como esta é medida (dosimetria).

Define-se a radiação ionizante como ondas eletromagnéticas de alta energia (raios X ou raios gama) que, ao interagirem com a matéria, desencadeiam uma série de ionizações, transferindo energia aos átomos e moléculas presentes no campo irradiado e promovendo, assim, alterações físico-químicas intracelulares. Já a medida (dosimetria) é a energia depositada por quilograma de tecido e é expressa em rad (Radiation Absorbed Dose – Dose de Radiação Absorvida, em português).

radiografia odontologica na gravidez
O raio-X é um exame utilizado por diversas especialidades médicas para complementação de tratamentos dentários ou para constatação da saúde de ossos e alguns órgãos internos.

Mesmo sendo um exame benéfico, a alta exposição dessa radiação no organismo humano (de pessoas grávidas ou não) pode gerar transtornos graves para a saúde como morte de células, lesões cancerígenas e até mesmo leucemia.

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Grávida pode fazer radiografia?   

Na realidade, a maioria destes exames é segura e não oferece risco significativo ao feto, pois uma vez que a dose de radiação é tão baixa que a chance de haver danos nas células do bebê é extremamente insignificante.

Mesmo assim, todo cuidado é pouco. Os cuidados com a saúde da gestante e do bebê durante esse período devem ser redobrados e com a exposição à radiação não é diferente.

Efeitos da radiografia na gravidez

Efeitos da radiografia na gravidez
Foto: Sotskiy

Quando a grávida tem que se submeter a qualquer exame e/ou procedimento que utilize radiação deve-se questionar ao médico a real necessidade para análise de risco à saúde e desenvolvimento do feto.

Se realmente for preciso se submeter a esse tipo de exame não precisa entrar em pânico. A gestante deve sempre avisar ao médico e ao técnico de radiografia da sua condição, para que seja oferecida à ela um avental (protetor de chumbo).

Já para as grávidas que trabalham em um setor com forte radiação, o aconselhado é que seja conversado com seus superiores para procurar outra alternativa dentro do ambiente de trabalho para evitar o risco.

O maior risco de fazer exames de raio-X na gravidez, como também todo e qualquer exame que utilize da radiação durante a gestação, está relacionado com as chances de provocar defeitos genéticos no bebê.

A exposição à radiação ionizante, como os raios-X, podem acarretar:

  • – Aborto;
  • – Malformações fetais;
  • – Distúrbios do crescimento e desenvolvimento fetal;
  • – Efeitos mutagênicos que podem induzir a formações de tumores.

Por isso, a realização desse exame só deve ser ministrada quando o quadro da gestante realmente precisar, geralmente em casos de urgência.

efeitos da radiação na gravidez
Foto: Gizmodo

Raio X na gravidez é perigoso?

Para a gestante, os efeitos biológicos de uma superexposição do raio-X são idênticos aos sofridos por uma mulher que não esteja grávida. Para o feto a ocorrência de efeitos depende da dose de radiação absorvida e da idade gestacional.

O feto será afetado somente quando exposto à uma quantidade muito grande de radiação. De forma geral, o máximo de radiação recomendada durante a gestação é de 5 rad. Quando a gestante for exposta à uma quantidade maior que essa, há uma superexposição e a partir desse valor o feto pode sofrer alterações genéticas.

O feto é mais sensível aos efeitos da radiação nas duas primeiras semanas de gestação. Considera-se risco de morte fetal neste período quando a exposição for superior a 10 rad.

Entre a 3ª e 15ª semana, período de formação dos órgãos, os riscos são de morte celular induzida pela radiação, distúrbio na migração e proliferação celular. Podem ocorrer anomalias, principalmente, no sistema nervoso, desde que o feto seja exposto a doses superiores a 10 rad.

Já entre a 16ª e 30ª semana de gestação permanecem os riscos de retardo mental, inibição do crescimento do feto e microcefalia. Após a 32ª semana de gestação não há riscos significativos ao feto, excetuando-se um possível aumento do risco de desenvolver uma neoplasia maligna durante a infância ou na maturidade.

Importante salientar que os riscos estão associados à superexposição à radiação com doses superiores a 10 rad.

Tipos de Raio X

Existem diferentes tipos de raios-X, ou seja, quantidades diversas de radiação. As radiografias médicas utilizadas hoje em dia possuem pouquíssima radiação. Se a região que irá passar pela radiografia não for o abdômen, poderá solicitar ao técnico de radiologia que for fazer o exame que forneça um protetor (avental de chumbo) para o abdômen.

Tipo de Raio X Quantidade de radiação do exame Quantos raio-X a grávida pode fazer?
Raio X da boca 0,01 milirads* 500 mil
Raio X do tórax 60 milirads* 83
Raio X abdominal 290 milirads* 17
Tomografia Computadorizada 800 milirads* 6

(* 1000 milirads = 1 rad)

exames radiológicos na gestação
Foto: GreatLifeandmore

Se caso acabou de realizar esse exame e somente depois descobriu que está grávida não se desespere. Informe seu obstetra assim que descobrir a gravidez para que ele acompanhe os índices de radiação que você foi exposta, bem como a quantidade de exames deste tipo que fez.

Os exames radiológicos devem ser feitos em locais que possam garantir a adoção de medidas efetivas de proteção radiológica e possuam equipamentos modernos e regularmente calibrados e aferidos. O radiologista juntamente com o obstetra são os profissionais mais preparados para avaliar a melhor opção diagnóstica em determinada situação clínica, garantindo segurança à gestante e ao bebê.

Veja também: Doenças na gravidez que afetam o bebê

É possível fazer outro tipo de exame?

Em algumas situações as radiografias ser substituídas por ultrassonografia ou ressonância nuclear magnética. Estes métodos de diagnóstico são considerados inócuos para o feto e para a mãe. Entretanto em algumas situações apenas o exame de raios-X poderá auxiliar o seu médico no diagnóstico.

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